As alemãs que escolheram Canoas para viver
terça-feira, 12 de março de 2013Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a equipe de reportagem visitou o Lar do Idoso Recanto Aparecida, das Irmãs Notre Dame, localizado junto ao Colégio Maria Auxiliadora. No local, encontramos mulheres que dedicaram suas vidas à religiosidade, ao ensino e a cuidar da saúde na cidade de Canoas dos enfermos, prestando importantes serviços à comunidade. São muitas as que já têm mais de 90 anos. Vamos contar a história de duas delas.
Vida dedicada à saúde
Aos 109 anos, a Irmã Maria Electis é não apenas uma das mulheres mais velhas do Brasil. Possivelmente ela está entre as idosas com idade mais avançada no mundo, considerando que a mulher mais velha de todo o globo é uma japonesa que tem 115 anos. A Irmã, nascida na Alemanha, vive em Canoas, no Lar do Idoso Recanto Aparecida das Irmãs Notre Dame, há 25 anos.
Apesar da idade, ela ainda tem muita vitalidade, gosta de festas e é grande fã dos doces, especialmente dos chocolates. Segundo Ana Slaviero, administradora do Recanto, o bom humor é uma das características presentes no dia-a-dia de Maria Electis. “Ela tem sempre um sorriso no rosto. Creio que isso, assim como a espiritualidade, seja a chave para a longevidade das Irmãs”, opinou.
A Irmã Maria Electis trabalhou por 50 anos em Pelotas, na Clínica Olívia Leite, ajudando no tratamento de pacientes psiquiátricos. Em 1988, por vontade própria se mudou para o Recanto, onde acabou ajudando a cuidar de outras Irmãs, devido à sua larga experiência na área da saúde.
Segundo Ana, Maria Electis é hoje também a Irmã mais velha na congregação Notre Dame. Em 2012, completou 85 anos de vida religiosa. A Irmã Sueli, que conviveu com ela em Pelotas, conta que durante o período na clínica Olívia Leite, Electis sempre foi extremamente dedicada ao trabalho e bondosa com os pacientes e com todos os colegas que lá trabalhavam.
Paixão pelo ensino
Durante nossa visita ao Recanto, Ana Slaviero telefonou para a Irmã Hiltgardis, hoje com 97 anos, para que ela fosse até o local nos conceder uma entrevista. Ela ingressou na congregação Notre Dame em 1936, na Alemanha, e chegou ao Brasil em 1938. Inicialmente trabalhou em Passo Fundo e mais tarde, em 1960, mudou-se para Canoas. “Eu ingressei na congregação já com a intenção de vir para o Brasil. Morar aqui era meu sonho. Este era o país dos meus sonhos, mas acabei não conhecendo lugares que eu queria, como a Amazônia, mas isso não diminuiu minha felicidade”, comenta a Irmã, sempre sorridente. Por ser ainda muito ativa, ela não quer morar no Recanto, preferindo residir na Casa Provincial.
Em Canoas tornou-se diretora do Colégio Maria Auxiliadora, mas jamais deixou de lecionar. “Dei aulas de diversas matérias, mas minha paixão sempre foi a História da Arte. Durante os 13 anos nos quais fui diretora, sendo 12 consecutivos, sempre fiz questão de ser também professora, pois só estando em sala de aula eu poderia entender o que estava mandando as outras fazerem”, explica. Além de diretora da escola, foi também provincial, por cerca de 7 anos.
Hoje Hiltgardis ainda dá aulas de Ensino Religioso para turmas de jovens e faz questão de sempre se atualizar em termos de tecnologia. “Eu preparo minhas aulas no computador. Aposentei minha máquina de escrever há muitos anos e só uso computadores para escrever e também para diversas outras coisas. O computador hoje traz o mundo para dentro de nossas casas, não tenho como não saber trabalhar com ele. E me orgulho de dizer que nunca fiz nenhum curso, aprendi mexendo e perguntando para as pessoas”, conta.
Fonte: O Timoneiro
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